Caravana na Udesc!

“Magic Piano” (2010-13) de Panayiotis Kokoras
estéreo

“Atrás do vento” (2019) de Davi Raubach
quadrifônico

“i-131.v3” (2017-23) de Valéria Bonafé
quadrifônico

“Salty & Sweet” (2011) de Anna Rubin
estéreo

“Epiglottis” (2023) de Flora Holderbaum
quadrifônico

“Sanfonia” (2023) de Henrique Vaz
quadrifônico

Difusão Sonora: Flora Holderbaum
Curadoria: Flora Holderbaum, Felipe de Almeida Ribeiro
Organização: Grupo de Pesquisa Núcleo Música Nova www.nucleomusicanova.com.br

Dia: 15.06.2023
Horário: 18h00
Local: UDESC, Auditório Departamento Música.
Av. Madre Benvenuta, 1907 - Florianópolis/SC, Brasil.

“Magic Piano” (2010-13) de Panayiotis Kokoras

« Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia »

(Arthur Clarke, Profiles of the Future, 1962).


O material para Magic Piano foi criado inicialmente durante uma residência no verão de 2010 nos estúdios ZKM em Karlsruhe, Alemanha. Posteriormente, usei essas gravações para compor Magic Piano. A peça é baseada apenas em sons de piano. O desafio era expandir as possibilidades sônicas do piano e revelar sonoridades novas e interessantes. As fontes sonoras da obra vêm do entorno, da base e do interior de um piano de cauda tocado de várias formas virtuosísticas não convencionais.

“Atrás do vento” (2019) de Davi Raubach

me perdi por este espaço
andando lentamente atrás do vento
atento aos ladrilhos quebrados das calçadas
e trouxe estes sons até aqui como se carrega água
cada porção em uma peneira

“i-131.v3” (2017-23) de Valéria Bonafé

i-131 é um isótopo radioativo de iodo, com meia-vida de 8 dias. No dia 10 de setembro de 2017 ingeri duas cápsulas desta substância totalizando uma dose de 150mCi (milicuries), como tratamento auxiliar após procedimento cirúrgico para retirada de carcinoma papilífero na tireóide. Permaneci em isolamento total dentro de um quarto por 32 horas e mais 5 dias em isolamento parcial na minha casa. Ao longo deste período me dediquei exclusivamente à elaboração do projeto de uma nova composição, numa espécie de imersão criativa, tomando como estímulo inicial uma encomenda recebida alguns meses antes através do projeto Weaving Music for Radio (Unesco). Durante o isolamento contei com um computador e um gravador, ambos devidamente plastificados e manipulados com luvas, conforme procedimentos obrigatórios de segurança. A peça mistura duas narrativas: uma sobre minha experiência individual durante a iodoterapia; e outra sobre a minha avó paterna Maria Marques (1921-2007), submetida 26 anos antes à mesma cirurgia e tratamento que recebi, e cuja presença se intensificou muito durante essa fase da minha vida.

Vozes faladas: Cristina Maria Bonafé, Daniela Bonafé, Margarete Maria Bonafé, Maria Angélica Bonafé, Maria de Lourdes Bonafé, Maria Izabel Bonafé, Mariana Bonafé e Valéria Bonafé.

Vozes cantadas: Valéria Bonafé.

Bombo: Vinicius Portes.

Gravação, mixagem e masterização: Paulo Assis (LAMI e Audioclicks).

“Salty & Sweet” (2011) de Anna Rubin

A música de Anna Rubin é impulsionada por seu amor pela voz falada e cantada, pelo mundo dos polinizadores e pelos buracos negros. Ela compôs para uma variedade de gêneros musicais, incluindo conjuntos de câmara, coral, sopro e orquestra, bem como música eletrônica para palco de concertos, vídeo e dança. As encomendas recentes incluem uma obra para dois pianos para o Piano on the Rocks International Festival, em Sedona, e uma encomenda para 2023 para o conjunto coral alemão Kammerchor Westfalen. Seu trabalho eletroacústico foi ouvido recentemente no Electronic Music Midwest, nos concertos Rhizome da SEAMUS (Society for Electroacoustic Music U.S.) e no New York City Electronic Music Festival. Suas obras foram gravadas pelos selos Albany, Sony, Accordion XXI Century e SEAMUS, sendo que uma peça para conjunto de sopros foi lançada recentemente pela Albany Records.

“Epiglottis” (2023) de Flora Holderbaum

Um passeio por vozes e objetos diversos através dos acontecimentos do primeiro semestre de 2023: as aulas de Eletroacústica que ofereço, os Seminários dos estudantes nessa matéria, dentro do Estúdio de Música da UDESC, as gravações com estudantes, a formação do Coletivo Polynoise, o começo do pós-doutorado na Unespar/PR, as minhas visitas ao Lamusa, os encontros do Núcleo Música Nova, o contato com os sintetizadores modulares alí. As cenas se fundem nos guturais das paisagens e dos corpos. Vozes, Reaper, Granulab, Il Gross Beat, Sequenciador Megababy, Sintetizador Modular EMW, Voltage Modular...

Mas o que posso dizer é que sempre procuro essa voz que atua mais que voz e menos também. Ultrapassar seus limites é sua bordadura. Poderia dizer que procuro trilos de epiglote, tanto vocalmente quanto nas mixagens de synths com gravações, ou na microtonalidade de uma distorção bem timbrada, ou na mistura da voz com um oscilador... Mas seria algo do tipo: uma prega, uma borda, uma senda, um micro-tubo, uma palheta, uma boca, um tubo, uma articulação de pele...Tudo conjura essa vibração que se desconhece e atiça os sentidos mais além.

Vozes e objetos gravados junto com as turmas de Música Eletroacústica II: Nalu Medeiros, Guilherme Gregianin, Johanna Katharina Hirschler, Murilo Trevisan, Luísa Faccio, Jordi Ericson da Silva Neques.

Vozes, desenho de som, mixagem e masterização: Flora Holderbaum

“Sanfonia” (2023) de Henrique Vaz

Para sanfona microtonal de 128 baixos & sistema modular Aether por Vinicius Brazil:

- Conversor "MIDI/CV";

- VCO híbrido com saídas "sine", "triangle", "pulse", "saw", "sub 1" e "sub 2" geradas analogicamente e um LFO interno com 8 formas de onda para modulação de freqüência e PWM;

- VCO multifunctional configurado ora como "sequencer", "wave designer" ou "switcher", "wave morpher", "chords" e ora em "additive syntesis";

- LFO triplo cujo segundo e terceiro são osciladores analógicos triangulares com controle de simetria ajustável (de "negative saw" à "triangle" à "positive saw") e o primeiro é um oscilador híbrido (digital/analógico) com 8 formas de onda (inclusive ruído) + S&H + quantizer;

- VCF com saídas "lowpass", "bandpass" e "highpass" auto ressonante e VCA que pode ser utilizado de forma independente do filtro;

- ADSR duplo simples com tecla de trigger local;

- Multimódulo com 4 submódulos independentes: um "sample & hold", dois processadores de LAG e um "ring modulator";

- Multimódulo com 6 submódulos independentes: quatro "atenuinverters", um "morphing block" e um "panning block";

- Duplo mixador com quatro entradas;

- Conversor de formatos passivo com seis blocos idênticos conectando um P2, um P10 e um "banana".

O projeto “Caravana da Síntese Sonora” apresenta os resultados parciais de pesquisas financiadas pelo CNPq Universal – 409750/2021-2 –  e pela FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA – Programa Pesquisa Básica e Aplicada – PBA2022011000231.

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