O grupo EcoMúsicas desenvolve estudos avançados sobre as tecnologias na música na perspectiva da ecologia crítica e da pesquisa em artes. Iniciou em outubro de 2024, coordenado pelo prof. Dr. Ricardo Thomasi. Tem como proposta convergir debates transdisciplinares para tópicos como: estudos do som; ecologia sonora e acústica; processos cognitivos; teorias da forma e imagens de som; timbre musical; interfaces e mídias; problemáticas sobre a técnica e tecnologias em âmbito da estética e dos estudos culturais; teorias da complexidade, cibernética e sistemas; modelagens sonoras e musicais. Dentre as referências atuais encontram-se:
Couchot, Edmond. A Natureza da Arte. Unesp, 2019.
Caesar, Rodolfo. O Enigma de Lupe. Zazie Edições, 2016.
Ingold, Tim. Estar Vivo. Editora Vozes, 2015.
Kittler, Friedrich. Gramophone, Film, Typewriter. Stanford University Press, 1999.
Roads, Curtis. Composing Electronic Music. MIT Press, 2015.
Santos, Milton. A Natureza do Espaço. Edusp, 2023.
Simondon, Gilbert. Do Modo de Existência dos Objetos Técnicos. Contraponto, 2020.
Sterne, Jonathan. The Sound Studies Reader. Routledge, 2012.
Steiglitz, Ken. A Digital Signal Processing Primer. Addison-Wesley Publishing Company Inc., 1995.
Wright, Mark. Listening After Nature. Bloomsbury, 2022.
Dr. Ricardo Thomasi (PPGMus Unespar) - lattes
Dra. Flora Holderbaum (PPGMus UNESPAR)
Daniel Ferreira da Silva (mestrando - PPGMus Unespar)
Flávio Krügger (especialização Lato Sensu Unespar)
Ricardo Dantas (graduando - UEL).
AGENDA
1º semestre - Modelos acústicos e teoria musical (24/03 a 14/07)
2º semestre - Estudo de modelos computacionais da década de 1990 (18/08 a 08/12)
Encontros quinzenais, segundas-feiras, das 14h às 16h30
Local: Lamusa (Unespar, campus I, sede Tiradentes)
AGENDA
2º semestre - Debates a partir de textos de Denis Smalley (09/10 a 20/11)
Encontros periódicos
Local: Online
Pesquisa interdisciplinar cujo problema de estruturação abordado contextualiza-se no impacto das teorias da complexidade, dentre as quais residem as teorias das estruturas emergentes, sobre as ciências e as artes ao longo do século XX e XXI, sugerindo outras perspectivas sobre as noções de matéria, forma, organização e espaço. É uma abordagem que encontra consonância nos debates artísticos e musicais atuais, notadamente, a) nas perspectivas ecológicas das artes sonoras; b) em poéticas criativas influenciadas por modelos complexos; c) nas tecnologias contemporâneas de produção sonora vinculadas à uma abordagem ecossistêmica da performance e do trabalho artístico. Nesse sentido, sublinha-se o território das tecnologias do timbre enquanto espaço de investigação, entendendo-o como um conjunto de modelos científicos que atravessam a diversidade das práticas musicais em seus meios e modos de produção sonora e apreciação estética. Para tanto, tem-se adotado procedimentos experimentais de pesquisa baseados no modelo de ecossistemas artificiais, cuja fundamentação teórica encontra-se nas teorias de Gilbert Simondon, Ilya Prigogine, Tim Ingold e Milton Santos, com o objetivo de evidenciar relações na perspectiva das mídias e das materialidades enquanto constituintes dos objetos técnicos, culturais e meios associados.
Integrantes: Ricardo Thomasi (coordenador), Felipe de Almeida Ribeiro, Charles Klippel Neimog, Sergio Freire.
De ecossistemas audíveis à orquestração eletroacústica: a noção de timbre à luz da Individuação (ECA/USP)
A música eletroacústica surge em meio e através da revolução científica do século XX, possuindo, em sua gênese, um pensamento estrutural sistêmico e complexo. Assim, o desenvolvimento de terminologias próprias para lidar com a estrutura musical em um contexto complexo, bem como de instrumental para pesquisa experimental nesta direção, é fundamental. Esta proposta busca continuar o Estudo Ecos, desenvolvido em pesquisa de doutorado, que investiga possibilidades de estruturação musical com base em teorias de emergências, tomando como principal território experimental o paradigma dos ecossistemas audíveis. Sendo que, agora, propomos verificar a pertinência e aplicação do modelo teórico Ecos em paradigmas da música contemporânea que tomam a noção de timbre como parâmetro estrutural. Parte dos dilemas em torno do timbre musical deve-se ao seu caráter multidimensional: é um espaço de relações entre eventos sonoros. Partindo da premissa de que o timbre musical é uma propriedade perceptual da fusão de um determinado evento auditivo, portanto, uma estrutura emergente, acreditamos que seja um território de investigação primordial para se alcançar um modelo de estruturação musical complexo, sendo que o Estudo Ecos fornece um métodoexperimental nesta direção. É uma proposta de natureza interdisciplinar e experimental que pretende colocar em diálogo teorias da complexidade, a Teoria de Individuação de Gilbert Simondon, e paradigmas musicais com suporte em teorias complexas, atreladas às tecnologias contemporâneas, notadamente vinculados à uma abordagem ecossistêmica. Nesta triangulação, os paradigmas musicais aparecem como fio condutor do debate, fornecendo instrumentos metodológicos próprios através: a) da experimentação artística, enquanto parte do processo de modelagem e investigação, e b) da escuta, enquanto instrumento próprio para lidar com as relações complexas que permeiam as sonoridades..
Integrantes: Ricardo de Oliveira Thomasi (Coordenador)