KNOB DETOX
MOSTRA DE MÚSICA EXPERIMENTAL E LINGUAGENS ELETRÔNICO-DIGITAIS
Na esteira de desenvolvimentos tecnológicos escaláveis e capitalizados, a arte contemporânea tem transitado por zonas fronteiriças, nebulosas e escorregadias. Contrastes estéticos, e sobretudo no âmbito político das artes, transparecem em processos criativos de artistas que circulam entre tradições e rupturas – muitas vezes rolando de um lado para o outro. Imerso em um cluster de atravessamentos, o artista contemporâneo parece se encantar com o “meio do caminho”. Então, nasce uma arte-ciência, uma gambioluteria, uma música algorítmica, uma música visual. Muito mais do que uma localização aleatória, o artista se encontra onde a afirmação dos territórios falha: é o ruído que interessa mais que a informação; é a quebra que se espera, ao invés da resolução. Em pleno 2025, em meio a anseios descolonizantes e latinoamericanidades, o Knob Detox surge como um herdeiro errante e antropofágico das vanguardas do século XX – porém, não muito distante do clássico uso das dicotomias. Antes, os botões e os controles automatizados serviram como atores revolucionários da arte e da música. Agora, tornam-se o meio do caminho: um lugar criativo de desintoxicação tecnológica.
Sob a organização do grupo de pesquisa Núcleo Música Nova (Unespar), o Knob Detox se apresenta como uma mostra de música experimental e linguagens eletrônicas e digitais, sendo também a primeira exposição sonora organizada pelo grupo. São diversas obras de artistas de projeção nacional e internacional, incluindo instalações interativas com sintetizadores analógicos, videoarte, instalações audiovisuais, concertos quadrifônicos de obras acusmáticas e performances musicais, tocadas ininterruptamente durante os quatro dias de evento.